terça-feira, 25 de agosto de 2009

Das Flores Que Quero Falar

Vi uma flor no jardim
Linda demais
Normal um tanto

Vi uma flor no asfalto
Feia demais
Mas transgressora

Pra não dizer que não falei das flores
Quero estar no asfalto
Demonstrando meus rancores

A vida é uma ilusão
Criada pelo meu patrão:
-Um dia vem o seu aumento

Até lá eu não aguento
Tenho um infarto no miocárdio
Um abrupto desaparecimento

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Descrédito Popular

Profissões para mim existem duas: os políticos que entram e roubam, e os não-políticos que entram e não pensam nos que entram e roubam. Poucos são os que batem de frente com os patrões. Acho que prefiro ser uma vagabunda(não-empregada), e lutar por meus ideais. Mas o pior é que os não-políticos além de não fazerem nada, ainda critícam os não-empregados.

Fica difícil acreditar em alguma mudança.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Analisando Lenine

"Eu vim plantar meu castelo
Naquela serra de lá,
Onde daqui a cem anos
Vai ser uma beira-mar...

Vi a cidade passando,
Rugindo, através de mim...
Cada vida
Era uma batida
Dum imenso tamborim.
Eu era o lugar, ela era a viagem
Cada um era real, cada outro era miragem.

Eu era transparente, era gigante
Eu era a cruza entre o sempre e o instante.
Letras misturadas com metal
E a cidade crescia como um animal,
Em estruturas postiças,
Sobre areias movediças,
Sobre ossadas e carniças,
Sobre o pântano que cobre o sambaqui...
Sobre o país ancestral
Sobre a folha do jornal
Sobre a cama de casal onde eu venci.

Eu vim plantar meu castelo
Naquela serra de lá,
Onde daqui a cem anos
Vai ser uma beira-mar...

A cidade
Passou me lavrando todo...
A cidade
Chegou me passou no rodo...
Passou como um caminhão
Passa através de um segundo
Quando desce a ladeira na banguela...
Veio com luzes e sons.
Com sonhos maus, sonhos bons.
Falava como um camões,
Gemia feito pantera.
Ela era...
Bela... fera.

Desta cidade um dia só restará
O vento que levou meu verso embora...
Mas onde ele estiver, ela estará:
Um será o mundo de dentro,
Será o outro o mundo de fora.

Vi a cidade fervendo
Na emulsão da retina.
Crepitar de vida ardendo,
Mariposa e lamparina.
A cidade ensurdecia,
Rugia como um incêndio,
Era veneno e vacina...

Eu vim plantar meu castelo
Naquela serra de lá,
Onde daqui a cem anos
Vai ser uma beira-mar...

Eu pairava no ar, e olhava a cidade
Passando veloz lá embaixo de mim.
Eram dez milhões de mentes,
Dez milhões de inconscientes,
Se misturam... viram entes...
Os quais conduzem as gentes
Como se fossem correntes
Dum rio que não tem fim.

Esse ruído
São os séculos pingando...
E as cidades crescendo e se cruzando
Como círculos na água da lagoa.
E eu vi nuvens de poeira
E vi uma tribo inteira
Fugindo em toda carreira
Pisando em roça e fogueira
Ganhando uma ribanceira...
E a cidade vinha vindo,
A cidade vinha andando,
A cidade intumescendo:
Crescendo... se aproximando.

Eu vim plantar meu castelo
Naquela serra de lá,
Onde daqui a cem anos
Vai ser uma beira-mar..."

A música "Lá Vem a Cidade", de Lenine e Bráulio Tavares, contrasta o passado e o futuro de um local com o conceito de uma cidade e o que se observa sobre ela nos tempos modernos. Intertextualizando com pesquisas científicas e baiões regionais ele retrata o caos que é a ocupação humana sobre a superfície terrestre. Faz também o paralelo cidadão e cidade, o que me faz refletir sobre como a cidade passa por nós e ao mesmo tempo nós somos a cidade.

Quem veio primeiro o cidadão ou a cidade?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Auto-Análise

Lendo uma entrevista do Augusto Cury para o cancaonova.com sobre o livro “A Ditadura da Beleza e a Revolução da Mulheres” pensei em fazer uma auto-análise, e a melhor forma que encontrei de fazer isso foi nua, sem interferência de nenhum objeto que possa iludir o censo de felicidade. Caso não queira fazer o teste nu experimente fechar os olhos.

Simplicidade Voluntária

Não consegui dormir, fiquei assistindo Sem Censura. Nesse dia havia um professor universitário que “me veio” com uma novidade, a Simplicidade Voluntária. Refleti bastante sobre o que ele discursou, pensei na minha vida, pensei em mudá-la; e agoniada, precisando vomitar toda essa reflexão liguei o computador para escrever. E escrevi.